O parto prematuro é uma das grandes preocupações durante a gestação, e, quando acontece, muitas mulheres se sentem desorientadas e com sentimento de culpa. O projeto AcolheNEO, serviço de neonatologia do Hospital Estadual Dirceu do Arcoverde (HEDA), em Parnaíba (PI), foi criado justamente para orientar e acolher essas mães. E no Dia Mundial da Prematuridade, em 17 de novembro, celebrou um ano de atividades no hospital.

A data faz parte do calendário da campanha do Novembro Roxo, mês de sensibilização à prematuridade e suas complicações. Para este dia, o HEDA, por meio do AcolheNEO, organizou uma tarde de eventos para as mães dos bebês prematuros internados na unidade, que conta com 24 leitos neonatais.

“No Dia da Prematuridade, homenageamos a determinação e a força desses pequenos guerreiros, expressando nossa gratidão aos profissionais e às famílias que dedicam amor e cuidado a esses anjos prematuros, transformando suas jornadas em histórias de superação e esperança”, destaca Viviane de Sá, enfermeira e coordenadora de Neonatal do HEDA.

No Piauí, de acordo com dados da SESAPI – Secretaria de Estado da Saúde, cerca de 3,7 mil nascimentos de bebês prematuros foram registrados até setembro deste ano. Já no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, aproximadamente 302 mil nascimentos ocorrem antes de 37 semanas.

Programação teve palestras e roda de conversa

Na abertura do evento, as enfermeiras Geovania Vieira de Brito e Gildenise Monteiro Rabelo destacaram o trabalho realizado no primeiro ano do projeto AcolheNEO, que busca criar um ambiente mais acolhedor para os pais e familiares dos prematuros.

Em seguida, a palestra “Desafios para o Cuidado do Bebê Prematuro”, conduzida pelas enfermeiras Gerarlene Pontes Guimarães e Islândia Maria Rodrigues, abordou sobre os cuidados necessários ao recém-nascido em casa, como manter o aleitamento materno e evitar que o bebê durma de barriga para baixo.

Depois foi a vez das mães e pais dos bebês internados, acompanhados da equipe multiprofissional do hospital, participarem de uma roda de conversa, que proporcionou relatos emocionantes de mulheres que deram à luz no HEDA.

E no final, a enfermeira Leldina Cristina de Paiva Vasconcelos apresentou a palestra “Contato Pele a Pele para Todos os Bebês, em Todos os Lugares”, inspirada no tema da campanha deste ano, lançada pelo Ministério da Saúde, com destaque para o Método Canguru, amplamente aplicado na unidade.

Como reduzir os riscos do parto prematuro

Embora existam diversos fatores que influenciam na prematuridade, algumas medidas podem ser adotadas pelas mulheres e suas famílias para reduzir os riscos, tais como:

– Iniciar o acompanhamento pré-natal o mais breve possível, logo após a confirmação da gravidez;

– Adotar um estilo de vida mais saudável, com alimentação equilibrada, ingestão regular de água e prática de atividades físicas leves sob orientação médica;

– Controlar a pressão arterial e o diabetes, e outras condições médicas pré-existentes;

– Prevenir infecções e seguir à risca o calendário de vacinação da gestante;

– Evitar a ingestão de bebidas alcoólicas, tabaco, drogas ilícitas e outras substâncias tóxicas.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), todo bebê que nasce com menos de 37 semanas de gestação é considerado prematuro ou pré-termo, sendo classificado de acordo com a idade gestacional ao nascer, e também pelo peso.

Entre as complicações mais comuns em prematuros estão:

– Problemas respiratórios;

– Insuficiência cardíaca;

– Inflamação do trato digestivo (enterocolite necrotizante);

– Problemas oculares (retinopatia da prematuridade);

– Hemorragia cerebral, nos casos mais extremos.

Dia Mundial da Prematuridade

O Dia Mundial da Prematuridade, em 17 de novembro, é celebrado desde 2008 e, atualmente, conta com mais de 100 países aliados à causa, entre eles o Brasil. A data integra o calendário da campanha do Novembro Roxo, que busca conscientizar sobre as complicações do parto prematuro como principal causa de morte no período neonatal.

Em 2023, o tema da campanha é “Pequenas ações, GRANDE IMPACTO: contato pele a pele imediato para todos os bebês, em todos os lugares”, destacando o contato da mãe com o bebê logo após o parto e o acesso irrestrito dos pais à UTIN (Unidade de Terapia Intensiva Neonatal) dos hospitais enquanto medidas que trazem grandes benefícios para os prematuros, aumentando suas chances de sobrevivência.

COMPARTILHE SE VOCÊ GOSTOU
Autor

Escreva um comentário